O MERCADO DE EVENTOS APÓS A PANDEMIA DE CORONAVÍRUS

O setor de eventos é um dos mais afetados desde a chegada do coronavírus. Tudo foi cancelamento ou postergado: coquetéis de lançamento, estreias de peças de teatro, premiações, aniversários e shows. E isso afetou toda a cadeia: promoters, buffets, DJs, fotógrafos etc. O que será daqui para frente? Quando tudo voltará ao normal? O que mudará no comportamento das pessoas? Para entender estas questões o SOCIETY RIO-SP conversou com alguns dos mais conhecidos relações públicas do Rio e de Sampa. Confira:

Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho: “Nós tínhamos vários eventos agendados e tudo foi cancelado de forma repentina. Pelo que temos acompanhado, olhando principalmente para a Europa, o setor de entretenimento será o último a sair da quarentena. E será necessário se reinventar. Já houve uma mudança comportamental das pessoas, os hábitos hoje são outros, como é o caso de evitar abraços. Os eventos só deverão voltar pra valer quando tivermos uma vacina contra a doença. Enquanto houver o risco de contágio, haverá o perigo de sair e se contaminar.”

Márcia Veríssimo: “A partir de setembro as pessoas já deverão voltar à rotina, mas voltar ao normal mesmo eu acredito que só em 2021. Até as grandes festas, como Réveillon e Carnaval, correm risco, a não ser que tenhamos logo uma vacina ou medicação. A questão é que de modo geral toda sociedade será afetada, inclusive com perda de renda. A mentalidade das pessoas – até de quem vivia no mundo de compras e festas – está mudando. As pessoas vão repensar a forma de viver. É uma mudança comportamental gigante. No caso do mercado de altíssimo luxo, a recuperação deverá ser mais rápida, talvez a partir de julho. E tende a melhorar no país, já que muitas pessoas deixarão de viajar e vão consumir internamente.”

Vinicius Belo: “É muito cedo para ter qualquer opinião já que vivemos em um país que, além de enfrentar uma pandemia, enfrenta uma grave crise política com egos à flor da pele. Se tivéssemos uma boa política e também a união de todos, creio que teríamos um parâmetro melhor. Mas espero que o normal volte mesmo em setembro. Não acho que essa mudança será apenas no mercado de eventos, acredito que o mundo todo vai mudar. Aliás, o mundo agora é outro. Vejo o coronavírus como um divisor de águas no planeta. Com tudo isso, desejo que as pessoas fiquem mais solidárias, mais humanas, com mais amor ao próximo, sem julgamentos, sem ninguém se achar melhor que o outro.”

Dudu Pacheco: “Somos um país festeiro e alegre. Espero que a pandemia não nos tire a alegria das grandes festas. O mercado de eventos vai sofrer muito este ano, sem dúvidas. Muita coisa foi cancelada ou postergada. Precisamos nos adaptar aos novos tempos. Acredito que as festas vão voltar, mas não como antes – agora, sem tanta ostentação. Não dá para viver sem festas. Quem precisou adiar, é só remarcar. Na vida é assim. O mais importante é que estamos vivos. Não importa a roupa, não importa a bebida e nem o tema. Precisamos viver e celebrar sempre.”

Helinho Calfat: “A grande importância de não cancelar os eventos – e sim remarcar – é para preservarmos a população de trabalhadores do ramo. São quase 2 milhões de empregos, de acordo com a ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos. Quem puder continuar pagando ou fazer algum tipo de acordo, com certeza ajudará a salvar empregos. Quando terminar essa crise, vamos precisar ativar as marcas. Precisamos de união para minimizar a crise.”

Nina Kauffmann: “Certamente teremos redução de aglomerações, novos formatos para eventos, regras mais rígidas de higienização. Acho que este será o cenário no momento da flexibilização do distanciamento social. Estou na torcida para que a partir de junho as coisas comecem a voltar ao normal, mesmo que seja um ‘novo normal’.”

Fotos: Eny Miranda/ Vera Donato / Mariama Prieto / Mario Irala / Reprodução

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